13 de setembro de 2011
Educação no Brasil | O Globo | O País | BR
PARA HADDAD, crescimento da nota média nacional significa que houve progresso na rede pública
Houve ligeira melhora em relação à prova objetiva de 2009; situação é muito pior entre as escolas públicas
Demétrio Weber demetrio@bsb.oglobo.com.br
BRASÍLIA. A proporção de estudantes com notas abaixo da média nas provas objetivas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) caiu de 55,45% para 52,98%, entre 2009 e 2010. O dado foi anunciado ontem pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, e diz respeito unicamente aos alunos que estavam no último ano do ensino médio. A nota geral dos demais participantes do Enem - que terminaram a escola em anos anteriores - ainda não foi divulgada.
Haddad destacou que a redução do percentual de alunos abaixo da média não permite afirmar se houve queda ou não na desigualdade entre escolas públicas e privadas. Por ora, segundo ele, só é possível dizer que a nota média dos concluintes nas provas objetivas melhorou entre 2009 e 2010: de 501,58 para 511,21 pontos, na escala até 1.000. Se mantido o ritmo, o avanço permitirá ao país antecipar metas de qualidade de 18 para dez anos.
Como O GLOBO mostrou ontem, oito em cada dez escolas da rede pública ficaram abaixo da média no Enem 2010. Entre os colégios privados, esse percentual foi de 8%. O ranking considerou os resultados de 16.226 escolas onde pelo menos 25% dos alunos participaram do último Enem.
O ministro enfatizou que o crescimento da nota média nacional significa que houve progresso entre alunos da rede pública. Segundo ele, é "praticamente impossível" que a rede pública não tenha melhorado, já que ela atende 88% dos alunos de ensino médio no Brasil.
- Não teríamos um incremento de dez pontos, como tivemos, se a rede pública não tivesse melhorado o seu desempenho. Resta saber se as desigualdades diminuíram.
Caberá ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), organizador do Enem, calcular a variação das notas entre escolas públicas e privadas. Ele também analisará qual foi a dispersão dos resultados, permitindo saber se o Enem 2010 teve, além da média mais alta, redução das desigualdades entre redes pública e privada.
Dito de outra forma, o percentual divulgado ontem mostra que 47,02% dos alunos que fizeram o Enem tiraram notas acima da média nas provas objetivas em 2010. No ano anterior, o índice tinha sido de 44,55%.
- É um simples indicador de que a conta é um pouco mais complexa do que o senso comum sugere - disse Haddad.
Ele defendeu o Enem e afirmou esperar que o exame substitua os vestibulares tradicionais ainda nesta década. Pela primeira vez, o ministério comparou notas do Enem de um ano para outro, o que foi possível graças à adoção de metodologia na formulação das provas que permite tal procedimento. Para Haddad, a melhoria da nota média é resultado de um conjunto de políticas:
- Não há uma iniciativa, uma bala de prata, que vai ferir de morte a baixa qualidade. Existem ações articuladas voltadas para a qualificação da escola.
Indagado sobre os motivos para o bom desempenho de escolas do Rio de Janeiro - elas são 31 entre as cem melhores do país -, o ministro lembrou que os colégios fluminenses costumam se sair bem no exame. E que a adesão da UFRJ ao sistema de seleção de vagas que utiliza o Enem como critério pode ter servido de estímulo aos jovens.
oglobo.com.br/educacão
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