O bem-vindo consenso construído na sociedade nos últimos anos em torno da crise no sistema educacional se volta ao ciclo básico, e com razão. Há uma também compreensível prioridade concedida à rede pública, porque nela está matriculada a maioria das crianças e jovens, os de renda mais baixa. E, afinal, sem avanços na qualidade nos ciclos fundamental e médio, a própria eficácia do ensino superior também estará comprometida pela falta de base dos alunos — aqui reside um dos perigos do sistema de cotas raciais para a Universidade.
Numa das pontas finais desta conjunção de fatores, o mercado de trabalho é abastecido por profissionais de nível médio de baixa competência, incapazes de serem bem treinados para o uso de tecnologias em constante evolução. O resultado são impactos negativos na produtividade de todo o setor produtivo.
A crise educacional brasileira, porém, é mais ampla, não fica limitada às fases iniciais do ensino. Relatório divulgado esta semana pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), onde estão congregados os países mais desenvolvidos, mostra o estágio também anêmico do ensino superior nacional. Com estatísticas de 2010, o estudo mostra a distância entre o Brasil e a Coreia do Sul, país que estava, após a Segunda Guerra, em situação inferior à brasileira, mas que, ao fazer a opção certa de dar prioridade ao ensino, apresenta já há algum tempo um perfil socioeconômico melhor que o nosso. Na faixa da população entre 55 e 64 anos de idade, apenas 9% haviam concluído algum curso superior, contra 65% na Coreia. Entre os mais jovens, a disparidade também é grande.
Em geral, também nos rankings de qualidade de ensino, o Brasil fica em plano inferior. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, argumenta que os dados ainda não captam mudanças recentes. Por exemplo, que 17% dos brasileiros entre 18 e 24 anos estão nas universidades ou já se formaram. Mas a discrepância continua grande. Não é por acaso que a Coreia do Sul tem marcas de classe mundial em segmentos industriais de ponta, ao contrário do Brasil.
Não há outra alternativa a não ser acelerar em busca do tempo perdido. Nem todos precisam ir para um curso superior. Há grande necessidade de profissionais de nível médio. Mas a indigência nacional, principalmente em cursos-chave como engenharia, em comparação com outras nações emergentes, é mais que preocupante.
Há esforços na direção correta, caso do programa de bolsas no exterior. Mas esta é uma batalha de várias frentes, e a serem enfrentadas ao mesmo tempo. Como alerta a diretora-executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz, a crise não se debela apenas com mais dinheiro. Há reformas de estruturas a serem feitas, contra as quais existe toda sorte de obstáculo. Muitas erguidas por corporações que controlam o ensino público superior. Está difícil ser otimista.
Numa das pontas finais desta conjunção de fatores, o mercado de trabalho é abastecido por profissionais de nível médio de baixa competência, incapazes de serem bem treinados para o uso de tecnologias em constante evolução. O resultado são impactos negativos na produtividade de todo o setor produtivo.
A crise educacional brasileira, porém, é mais ampla, não fica limitada às fases iniciais do ensino. Relatório divulgado esta semana pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), onde estão congregados os países mais desenvolvidos, mostra o estágio também anêmico do ensino superior nacional. Com estatísticas de 2010, o estudo mostra a distância entre o Brasil e a Coreia do Sul, país que estava, após a Segunda Guerra, em situação inferior à brasileira, mas que, ao fazer a opção certa de dar prioridade ao ensino, apresenta já há algum tempo um perfil socioeconômico melhor que o nosso. Na faixa da população entre 55 e 64 anos de idade, apenas 9% haviam concluído algum curso superior, contra 65% na Coreia. Entre os mais jovens, a disparidade também é grande.
Em geral, também nos rankings de qualidade de ensino, o Brasil fica em plano inferior. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, argumenta que os dados ainda não captam mudanças recentes. Por exemplo, que 17% dos brasileiros entre 18 e 24 anos estão nas universidades ou já se formaram. Mas a discrepância continua grande. Não é por acaso que a Coreia do Sul tem marcas de classe mundial em segmentos industriais de ponta, ao contrário do Brasil.
Não há outra alternativa a não ser acelerar em busca do tempo perdido. Nem todos precisam ir para um curso superior. Há grande necessidade de profissionais de nível médio. Mas a indigência nacional, principalmente em cursos-chave como engenharia, em comparação com outras nações emergentes, é mais que preocupante.
Há esforços na direção correta, caso do programa de bolsas no exterior. Mas esta é uma batalha de várias frentes, e a serem enfrentadas ao mesmo tempo. Como alerta a diretora-executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz, a crise não se debela apenas com mais dinheiro. Há reformas de estruturas a serem feitas, contra as quais existe toda sorte de obstáculo. Muitas erguidas por corporações que controlam o ensino público superior. Está difícil ser otimista.
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