7 de dezembro de 2012

Cresce diferença na nota da redação do Enem entre rede privada e pública



Em 2011, escolas particulares tiveram 116,82 pontos a mais que públicas, contra 74,95 em 2010
Considerando todos os alunos, nota média caiu; especialistas ressalvam que correção tem critérios subjetivos
FLÁVIA FOREQUEDE BRASÍLIA, Folha de S.Paulo, 7/12/2012
Enquanto a nota média na redação do Enem 2011 caiu na comparação com o ano anterior, cresceu a diferença no desempenho entre alunos das redes privada e pública nesse quesito do exame.
Dados obtidos pela Folha mostram que, em 2011, estudantes particulares tiveram nota média de 623,13, ante 506,31 dos concluintes do ensino médio das escolas públicas.
A discrepância cresceu 56%, chegando a 116,82 pontos; no ano anterior, era de 74,95.
Considerando a totalidade dos alunos, a nota média na redação do Enem caiu. No ano passado, foi de 531,48 pontos -64,77 abaixo do resultado de 2010, de 596,25.
Especialistas ponderam, porém, que a comparação entre os anos deve ser feita com ressalva: o texto é corrigido com base em critérios subjetivos, variáveis a cada ano, assim como o tema da redação.
A redação pode receber pontuação de 0 a 1.000 e é avaliada com base em cinco itens, como compreensão do tema e capacidade de relacionar fatos. Em 2011, o tema foi "Viver em rede no século 21: os limites entre o público e o privado".
O presidente do Inep (órgão responsável pelo Enem), Luiz Claudio Costa, ponderou que, ao contrário da prova objetiva, a nota da redação não considera fatores como grau de dificuldade dos itens corretos e coerência do desempenho do candidato.
Na prova objetiva, como em anos anteriores, o desempenho dos alunos da rede privada superou o dos colegas da rede pública, mas a discrepância sofreu pouca variação.
A média geral das quatro áreas de conhecimento no Enem 2011 foi de 494,64, o que corresponde a queda de quase 17 pontos em relação à média anterior. Alunos da rede privada tiveram nota média de 570,07, frente a uma 474,12 da rede pública.
Ambos caíram em comparação a 2010 num ritmo muito semelhante: 2,69% e 3,29%, respectivamente.

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