Parceria com o Instituto Ayrton Senna (IAS) foi anunciada nesta segunda-feira, 24, durante o Fórum Internacional de Políticas Públicas 'Educar para as Competências do século 21'
24 de março de 2014 | 15h 12
Paulo Saldaña
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), e o Instituto Ayrton Senna (IAS), firmaram nesta segunda-feira, 24, parceria para a criação do Programa de Formação de Pesquisadores e Professores no Campo das Competências Socioemocionais. Essas competências, também conhecidas como não cognitivas, são habilidades e atitudes individuais (como otimismo, responsabilidade, determinação e curiosidade) tidas como essenciais para o sucesso na vida escolar e profissional.
O edital ainda será lançado e não há previsão de número de bolsas nem do valor total do programa. Segundo o presidente da Capes, Jorge Guimarães, a ideia é que sejam bolsas em vários níveis de formação. "O programa é uma iniciativa para formar massa crítica, seja de professores universitários ou de escolas públicas", disse ele, durante o Fórum Internacional de Políticas Públicas Educar para as Competências do Século 21, que ocorre em São Paulo até esta terça-feira, 25.
Avaliação. Pesquisa pioneira no Brasil, adianta hoje pelo Estado, revelou o peso das competências no desempenho escolar. A avaliação inédita foi feita pelo IAS em parceria com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) no Rio de Janeiro, com 25 mil crianças.
Além de traduzir em números a força das competências socioemocionais no aprendizado dos estudantes, os dados ainda revelam a importância do incentivo dos pais e como esse esforço pode ajudar a superar barreiras socioeconômicas. Um aluno com nível alto de conscienciosidade (organização e responsabilidade), por exemplo, pode apresentar em Matemática mais de quatro meses de aprendizado à frente de um estudante que tenha esse parâmetro mais baixo. Essa característica, no entanto, não é tão influente em Português. Para esse domínio, competências como o chamado lócus de controle (identificado com o protagonismo) e a abertura a novas experiências são as que fazem a maior diferença: numa distância também de quatro meses a mais de aprendizado.
De acordo com o educador Mozart Neves, diretor de inovação e articulação do IAS, os resultados podem ser um grande "aliado" na tarefa de melhorar o desempenho dos alunos. "Com base neles, podemos estruturar uma política pública. Essas habilidades não substituem nosso esforço em melhorar o ensino, mas podem acelerar os resultados."
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