Tribuna de Minas | Opinião | MG
Tem razão o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, ao defender a retomada de campanhas de desarmamento da população com base no crescimento do número dos homicídios no país, sobretudo de jovens entre 15 e 24 anos. De acordo com o levantamento feito pelo Instituto Sangari e divulgado pelo Ministério da Justiça, 39,7% foram por assassinatos. Nas demais faixas, esse percentual corresponde a 1,8%. É preciso, primeiro, identificar as causas para números tão perversos, uma vez que os resultados revelam não só a necessidade de políticas públicas de tirar as armas de circulação, mas também de educar quem coloca o dedo no gatilho. Hoje há uma perversa combinação entre quem busca o delito com a facilidade de praticá-lo. A Tribuna, em mais de uma ocasião, apontou, por meio de reportagens de campo, as facilidades para se adquirir tais artefatos.
Quando ocorreu o plebiscito para se discutir a proibição de armas, o argumento que prevaleceu foi de que não adiantava desarmar a população se os bandidos continuam comprando sem tal interdição. Mas é necessário retomar a discussão em função dos dados demonstrados pelo Instituto Sangari.
Os jovens são maioria por vários fatores, inclusive aqueles que induzem ao confronto de galeras e estudantes pelas ruas da cidade. Basta um estar armado para a formação da tragédia. A população entre 15 e 24 anos passa por um processo de afirmação, já que se encontra na passagem entre a saída do lar e o início de uma jornada individual e um mercado de trabalho cada vez mais competitivo.
A busca de identidade e a pressão dos estereótipos que marcam os novos tempos, forjando comportamentos, formam o caldo de cultura para gestos insanos. Tirando as armas de circulação, já se dá um grande passo para reduzir as ocorrências. | |
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