Grupo com idade entre 18 e 29 anos corresponde a 54% dos desempregados
16 de fevereiro de 2011 | 12h 11
Célia Froufe, da Agência Estado
BRASÍLIA - O desemprego é claramente um fenômeno da população mais jovem. Esta frase, do técnico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada resume (Ipea), Bruno Marques, resume o cenário do mercado de trabalho brasileiro. Levantamento apresentado na manhã de hoje pelo instituto revelou que a maior parte das pessoas que estão fora do mercado, apesar de se esforçarem para integrá-lo, está com idade entre 18 e 29 anos. Embora esse grupo responda por apenas cerca de 30% da amostra do Instituto, perfazem 54% dos desempregados. VEJA TAMBÉM
Marques salientou, porém, que a cobertura do seguro-desemprego é de no máximo cinco meses, com média de quatro meses, o que identifica uma lacuna em termos de proteção social. "O seguro desemprego deixa de cobrir uma parcela significativa de pessoas e é uma questão que se precisa estudar", mencionou o técnico do Ipea durante entrevista coletiva na manhã de hoje.
A pesquisa verificou também que as expectativas salariais para esse grupo de pessoas são relativamente baixas, já que mais de 40% dos participantes responderam aceitar um valor igual ou até menor do que o salário mínimo atual (R$ 510,00). Cerca de um quarto dos entrevistados identificaram a falta de qualificação ou experiência como o principal obstáculo nas seleções de emprego.
Negócio próprio
Poucos participantes da pesquisa, segundo o Ipea, mencionaram o desejo de abrir um negócio próprio, que seria uma alternativa ao emprego assalariado. "Em outros países, esta resposta provavelmente teria um peso maior. No Brasil, a porcentagem é baixa", comparou Amorim. Segundo ele, o peso da situação da economia é um dos itens mais importantes para se ampliar o mercado de trabalho na avaliação dos que participaram da pesquisa do Instituto. "Há a percepção de que a economia crescendo, com pessoas comprando, é muito mais importante para melhorar a situação do que o crédito e os impostos", explicou.
Dos que atuam por conta própria, o Ipea identificou que é baixa a contribuição com a Previdência Social. Para a maioria, porém, a não contribuição tem uma explicação clara: a consideração de que o rendimento é baixo. "Resumidamente, dizem que não têm renda para contribuir. Isso dá para ver como a questão da renda é importante. Apenas 6% acham que o valor pago pelo benefício é baixo. Ou seja, as pessoas querem contribuir, mas acham que não tem renda para tal", observou Amorim.
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