13 de setembro de 2011

Desempenho piora, mas DF mantém 4º lugar :ENEM 2010



ENEMApesar de o Distrito Federal garantir boa colocação no ranking nacional do Exame Nacional do Ensino Médio, das 20 escolas mais bem colocadas, 16 registraram notas menores em relação ao ano passado.
HELENA MADER
ANA POMPEU
JÚLIA BORBA
O desempenho das escolas da capital federal no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) piorou na última edição do teste. O Ministério da Educação divulgou ontem as médias de cada instituição de ensino que participou da prova e, entre os 20 colégios mais bem colocados do Distrito Federal, 16 tiveram uma nota mais baixa do que a registrada no exame anterior. Ainda assim, Brasília manteve a quarta posição na lista das unidades da Federação com melhor média no Enem. Assim como nos anos anteriores, os estabelecimentos do DF que ocupam o topo do ranking local ainda estão longe da elite brasileira.
A relação foi elaborada pelo Correio, com base nos dados do MEC. A instituição da capital federal com a melhor nota no exame foi o Olimpo, que obteve média de 710,23. Mas a escola, que no Enem de 2009 conquistou a sexta posição na listagem nacional, com 736,33 pontos, caiu para a 35ª posição entre as mais bem colocadas do Brasil. Apesar da redução da nota média, o Olimpo ainda é o único colégio do DF entre os 100 melhores do Brasil.
Tradição não é o segredo dessa escola. O Colégio Olimpo chegou em Brasília em 2008, oferecendo cursinho pré-vestibular. O ensino médio começou em 2009 e, já no primeiro ano de participação no exame, foi o primeiro colocado do DF. O sócio-diretor do Olimpo, Dalton Franco, aposta na liberdade de escolha do aluno.
"A gente diz a eles que, se querem passar na USP, na Unicamp, no ITA, na UnB, ou em alguma faculdade do exterior, eles têm capacidade para isso. Nossos alunos não diferem em nada dos de outras escolas. Mas somos francos com eles. Eles têm que saber o que querem e pagar o preço desse sonho com dedicação", defende. Para ele, o importante é que o estudante queira estar na escola e que a família apoie a decisão, tornado a relação a mais saudável possível.
Para a estudante Ana Laura Zuanazzi, 17 anos, o resultado no Enem não é mera coincidência. "Ele condiz com a realidade da escola. O que eu acho fascinante é que todos se empenham muito em fazer o melhor. Eles falam que temos que estudar e nos dão condições para isso", diz. Caio de Freitas, 18 anos, quer estudar no ITA. "Estou na turma específica para o instituto. O método é ótimo, tem aluno estudando para todo lado, o próprio ambiente incentiva", lembra.
Depois do Olimpo, aparece o Colégio Galois, que subiu uma posição, apesar da redução da média global. Em terceiro lugar no ranking, aparece o Colégio Batista de Brasília, que fica na 905 Sul. A instituição conseguiu média de 682,76, mas um número pouco expressivo de alunos participou do Enem - apenas 22,7% dos formandos da escola quiseram fazer o Exame Nacional. Na quarta posição está o Sigma, cuja média no Enem caiu de 701,55 para 681,72.
Críticas
A presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal, Amábile Pácios, não concorda com as comparações entre as escolas, especialmente entre os colégios públicos e particulares. "Não concordamos com esse ranking. A nota do Enem é usada para avaliar qualidade de ensino, selecionar alunos para universidades e certificar o ensino. Então, o exame não pode ser justo", critica Amábile.
Ela também não acredita que o fato de as escolas particulares de Brasília não figurarem entre aquelas com melhores notas no país signifique uma grande diferença de qualidade de ensino entre elas. "Não é possível comparar instituições do Rio e de São Paulo abertas há mais de dois séculos com colégios de Brasília."
O professor do Departamento de Métodos e Técnicas da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília e consultor da Unesco Célio da Cunha acredita que as escolas particulares do Distrito Federal só conseguirão alcançar as mesmas notas dos colégios que estão no topo do ranking com investimentos em bons profissionais. "As escolas particulares precisam investir na qualificação dos professores. Brasília tem uma oferta muito boa de excelentes profissionais, mas nem sempre eles são recrutados pelos colégios privados", explica o especialista. "O DF tem condições de oferecer uma educação de qualidade e estar entre os melhores do Brasil", finaliza o professor da UnB.

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