30 de junho de 2013

Estudante brasiliense está mais suscetível à violência, mostra pesquisa


A maioria dos dados levantados pela Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar revela que o estudante brasiliense também está mais suscetível às drogas e às doenças sexuais. Alguns números são maiores do que a média nacional


Publicação: 30/06/2013 07:00 Atualização:

Fachada de escola pública do Distrito Federal: ambiente propício a índices de violência mais altos, segundo a pesquisa do IBGE
Fachada de escola pública do Distrito Federal: ambiente propício a índices de violência mais altos, segundo a pesquisa do IBGE

Um levantamento sobre o perfil dos estudantes do 9º ano, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acendeu o sinal de alerta na comunidade escolar de Brasília. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) mostram que, na capital federal, os adolescentes entre 13 e 15 anos se envolveram mais vezes em brigas com armas branca ou de fogo, ficaram mais embriagados e usaram drogas com frequência maior do que a média nacional. Enquanto no Brasil 20,9% das meninas excederam o consumo de álcool, no DF, 28,5% admitiram ter ficado bêbadas pelo menos uma vez na vida (leia quadro).

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É difícil encontrar nas portas dos colégios algum aluno na faixa etária do estudo que não concorde com os percentuais. Numa roda de amigos, todos confirmaram o alto índice de embriaguez entre as colegas. “Conhecemos uma menina que vem para a escola alcoolizada. Ela bebe bastante. Acreditamos que é devido a problemas que ela tem em casa”, contaram duas meninas, estudantes do Centro de Ensino Fundamental 2, no Guará.
Quando o assunto é violência, 10,3% dos meninos brasilienses declararam ter participado de alguma briga na qual alguém portava revólver ou pistola. No país, o percentual é de 8,8%. É alto e crescente também o número daqueles que empunharam pedaços de pau, faca ou porretes. Em 2009, 7,9% dos moradores da capital se envolveram em algum conflito com a presença de armas brancas. Três anos depois, o percentual subiu para 11,4%. 


Segundo especialistas ouvidos pelo Correio, a prática pode levar ao desinteresse pelo aprendizado, à depressão e até ao suicídio

Publicação: 30/06/2013 07:00 Atualização: 29/06/2013 22:39

Nayara de Souza reclama das piadas de mau gosto: 'Muitos chegavam a me humilhar'
Nayara de Souza reclama das piadas de mau gosto: "Muitos chegavam a me humilhar"

Os xingamentos começaram cedo. Logo nos primeiros anos escolares de Nayara de Souza, ela começou a ouvir piadas dos colegas acerca de seu peso. “Eu era bem gordinha e muitos chegavam a me humilhar”, conta a menina, hoje, com 14 anos. O bullying sofrido pela adolescente engrossa as estatísticas dos estudantes do 9º ano que ficaram aborrecidos ou magoados após as provocações dos colegas. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Distrito Federal ultrapassa a média nacional das pessoas com idade entre 13 e 15 anos que se sentiram ofendidos. No Brasil, 20,8% declararam ter sofrido bullying. No DF, são 24,9%.

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Hoje, Nayara não se preocupa mais com a brincadeira de mau gosto dos colegas, mas lembra que as provocações a deixaram deprimida. “Fiquei muito triste. Conversei com a minha mãe, e ela foi até a escola. Isso só piorou a situação, porque eles tinham mais um motivo para zombar de mim”, lamentou. Nayara está entre as 18,6% das meninas que passaram por essa situação. Entre os garotos brasilienses, a situação é ainda pior, chega a 32%. “É comum na escola. Já voltei para casa chateado até com grandes amigos que fizeram brincadeiras de mau gosto”, relata Bruno*, 15 anos, estudante do Centro de Ensino Fundamental 2, no Guará.


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