14 de março de 2011
Jornal da Cidade - Bauru | SP
Acidentes matam mais nossos jovens
No final de fevereiro último, foi divulgado o estudo "Mapa da Violência 2011: os Jovens no Brasil", fruto de parceria entre o Ministério da Justiça e o Instituto Sangari. Os resultados não foram nada animadores. As estatísticas registraram que, para o período de 1998 a 2008, o número de óbitos por acidentes de transporte, considerando a população total, passou de 30.994, em 1998, para 39.211, em 2008, significando um aumento de 26,5%. Considerando somente a população jovem (15 a 24 anos), o número de óbitos passou de 6.717, em 1998, para 8.894, em 2008, significando um aumento de 32,4%.
Ponderando-se os dados pela população, tem-se que, em 1998, a taxa de mortos da população total, que era de 19,7 mortes por grupos de 100 mil pessoas, passou a 20,7, em 2008. Já entre os jovens a taxa passou de 20,8 para 25,7.
As conclusões do estudo apontam que os índices nacionais sobre a violência, em geral, são extremamente elevados quando comparados aos de outros países.
Qual a diferença entre acidente de trânsito e de transportes? O estudo considera que acidentes de trânsito são aqueles que ocorrem no sistema viário público terrestre, enquanto que os acidentes de transportes englobam, além dos de trânsito, os acidentes de aeroviários, aquaviários, ferroviários, etc.
A quantidade de acidentes de trânsito é, proporcionalmente, muito superior aos demais. Com relação às mortes no trânsito, após uma redução motivada pela entrada em vigor do Código de Trânsito, em 1998, os números retornam ao patamar anterior, em 2004, e voltam a crescer posteriormente. Este fato poderia ser explicado pela pouca fiscalização, o uso de álcool e drogas. Não se pode esquecer o elevado índice de motoristas não habilitados, registrado pelas matérias da mídia. O JC registra quase que diariamente esta realidade.
Não há como não externar que a preocupação aumenta ao se constatar que essa violência continua a ter como principal ator e vítima os jovens. Duas em cada três mortes de jovens são originadas por alguma forma de violência: homicídio, suicídio ou acidente de transportes.
O que estamos fazendo (ou permitindo) aos nossos jovens? Por que os jovens não se importam com as sérias conseqüências de seus atos inconsequentes, já que colocam em risco suas próprias vidas e as das demais pessoas? Os jovens não temem a morte?
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, diante deste quadro, comprometeu-se a desenvolver ações voltadas a mitigar esta violência, com políticas de combate ao consumo de drogas e álcool, que desponta como uma das principais causas dos acidentes de trânsito.
A sociedade precisa fazer alguma coisa, a começar pelas famílias. Creio que mais do que tudo, está faltando amor ao próximo.
O autor, Archimedes Raia Jr., é engenheiro, mestre e doutor em transportes pela USP, coordenador do Núcleo de Estudos Sobre Trânsito, professor da UFSCar e co-autor do livro Segurança no Trânsito , Ed. São Francisco - e-mail: raiajr@ufscar.br
Ponderando-se os dados pela população, tem-se que, em 1998, a taxa de mortos da população total, que era de 19,7 mortes por grupos de 100 mil pessoas, passou a 20,7, em 2008. Já entre os jovens a taxa passou de 20,8 para 25,7.
As conclusões do estudo apontam que os índices nacionais sobre a violência, em geral, são extremamente elevados quando comparados aos de outros países.
Qual a diferença entre acidente de trânsito e de transportes? O estudo considera que acidentes de trânsito são aqueles que ocorrem no sistema viário público terrestre, enquanto que os acidentes de transportes englobam, além dos de trânsito, os acidentes de aeroviários, aquaviários, ferroviários, etc.
A quantidade de acidentes de trânsito é, proporcionalmente, muito superior aos demais. Com relação às mortes no trânsito, após uma redução motivada pela entrada em vigor do Código de Trânsito, em 1998, os números retornam ao patamar anterior, em 2004, e voltam a crescer posteriormente. Este fato poderia ser explicado pela pouca fiscalização, o uso de álcool e drogas. Não se pode esquecer o elevado índice de motoristas não habilitados, registrado pelas matérias da mídia. O JC registra quase que diariamente esta realidade.
Não há como não externar que a preocupação aumenta ao se constatar que essa violência continua a ter como principal ator e vítima os jovens. Duas em cada três mortes de jovens são originadas por alguma forma de violência: homicídio, suicídio ou acidente de transportes.
O que estamos fazendo (ou permitindo) aos nossos jovens? Por que os jovens não se importam com as sérias conseqüências de seus atos inconsequentes, já que colocam em risco suas próprias vidas e as das demais pessoas? Os jovens não temem a morte?
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, diante deste quadro, comprometeu-se a desenvolver ações voltadas a mitigar esta violência, com políticas de combate ao consumo de drogas e álcool, que desponta como uma das principais causas dos acidentes de trânsito.
A sociedade precisa fazer alguma coisa, a começar pelas famílias. Creio que mais do que tudo, está faltando amor ao próximo.
O autor, Archimedes Raia Jr., é engenheiro, mestre e doutor em transportes pela USP, coordenador do Núcleo de Estudos Sobre Trânsito, professor da UFSCar e co-autor do livro Segurança no Trânsito , Ed. São Francisco - e-mail: raiajr@ufscar.br
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