03 de abril del 2011
Correio Braziliense | Revista Correio
Dean Lewins/Reuters - 15/11/09 Manifestação na Austrália alerta para os perigos do câncer de pele |
O mais importante é assumir o combate ao câncer como uma política de Estado. Esse posicionamento é inédito no mundo. Luiz Antonio Santini , diretor-geral do Instituto Nacional do Câncer (Inca
A saúde pública nunca saiu dos primeiros lugares na pauta de discussões. As falhas vão desde infraestrutura à insuficiência de profissionais. No país, há apenas 1,7 médico para cada grupo de mil habitantes. Um dos maiores pontos de controvérsia, no entanto, é o volume reduzido de recursos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS). O gasto público com saúde aqui é inferior a 3,7% do PIB. Em países com sistemas de cobertura semelhantes é de 6,5%.
De acordo com o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Sérgio Piola, priorizar o acesso de qualidade depende de ampliação de recursos para atenção primária de saúde. "Tornar a atenção básica mais resolutiva requer processos de educação continuada dos profissionais e os equipamentos e insumos necessários", garante.
Em estudo de 2010, o pesquisador afirmou que "o baixo nível de financiamento aliado a inegáveis problemas de gestão ainda são os principais fatores que fazem com que o SUS padeça de deficiências operacionais para ofertar atendimento integral e de melhor qualidade". Às deficiências, somam-se problemas que, apesar de não terem relação com a saúde pública, findam por sobrecarregá-la ainda mais. É o caso da violência urbana. A pesquisa Mapa da Violência 2011 - Os Jovens do Brasil, divulgada em fevereiro, pelo Instituto Sangari em parceria com o Ministério da Justiça, mostrou que, entre 1980 e 2008, a taxa de mortes violentas entre os jovens brasileiros subiu 76%. A violência traz consequências para os familiares das vítimas, que precisam de tratamento psicológico, ou traumas físicos que dependem de acompanhamento do sistema de saúde. "A sensação de insegurança amplia o estresse, fator de risco para várias doenças", explica a técnica de planejamento e pesquisa do Ipea, Luciana Servo.
Entretanto, exemplos positivos dentro do sistema público de saúde podem indicar os caminhos a seguir. Os êxitos no combate à Aids mostram que a forte e clara demanda social e a gestão adequada são indispensáveis ao sucesso de uma política pública de saúde. O caso da Aids no Brasil é curioso. A maior dificuldade hoje é alertar os jovens sobre a sua gravidade. O diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco, afirma que o tom usado em relação à síndrome hoje beira o jocoso. "Mas a doença ainda é um problema. Só ano passado, foram mais de 3 milhões de casos no mundo."
Uma política pública que tem tudo para seguir esse caminho é a de combate ao câncer. O Governo Federal lançou, mês passado, o Programa de Fortalecimento da Rede de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo de Útero e de Mama. "O foco principal é no câncer de mama e do colo do útero mas, na medida em que se estrutura o sistema, há a viabilização do acesso ao tratamento para outros tipos", afirma o diretor-geral do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Luiz Antonio Santini. Para o médico, o momento é ideal, pois o Brasil tem condições de sistemas de informação, de mecanismos de gestão e capacidade tecnológica. "Assumir o combate ao câncer como uma política de Estado é um posicionamento inédito no mundo."
Santini compreende que ainda há grandes deficits na infraestrutura. É preciso tornar o acesso aos tratamentos universal, principalmente por ser o diagnóstico precoce um fator de cura. O câncer caminha em várias direções no que se refere à cura. Apesar de todos os tipos terem a mesma origem, uma multiplicação desordenada de células, cada um precisa de pesquisas diferentes. "Para potencializarmos nossas capacidades de pesquisa, estamos coordenando a Rede Nacional de Pesquisa Clínica em Câncer, que coloca em articulação instituições, públicas e privadas, que desenvolvem pesquisas em relação ao câncer", explica.
A saúde pública nunca saiu dos primeiros lugares na pauta de discussões. As falhas vão desde infraestrutura à insuficiência de profissionais. No país, há apenas 1,7 médico para cada grupo de mil habitantes. Um dos maiores pontos de controvérsia, no entanto, é o volume reduzido de recursos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS). O gasto público com saúde aqui é inferior a 3,7% do PIB. Em países com sistemas de cobertura semelhantes é de 6,5%.
De acordo com o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Sérgio Piola, priorizar o acesso de qualidade depende de ampliação de recursos para atenção primária de saúde. "Tornar a atenção básica mais resolutiva requer processos de educação continuada dos profissionais e os equipamentos e insumos necessários", garante.
Em estudo de 2010, o pesquisador afirmou que "o baixo nível de financiamento aliado a inegáveis problemas de gestão ainda são os principais fatores que fazem com que o SUS padeça de deficiências operacionais para ofertar atendimento integral e de melhor qualidade". Às deficiências, somam-se problemas que, apesar de não terem relação com a saúde pública, findam por sobrecarregá-la ainda mais. É o caso da violência urbana. A pesquisa Mapa da Violência 2011 - Os Jovens do Brasil, divulgada em fevereiro, pelo Instituto Sangari em parceria com o Ministério da Justiça, mostrou que, entre 1980 e 2008, a taxa de mortes violentas entre os jovens brasileiros subiu 76%. A violência traz consequências para os familiares das vítimas, que precisam de tratamento psicológico, ou traumas físicos que dependem de acompanhamento do sistema de saúde. "A sensação de insegurança amplia o estresse, fator de risco para várias doenças", explica a técnica de planejamento e pesquisa do Ipea, Luciana Servo.
Entretanto, exemplos positivos dentro do sistema público de saúde podem indicar os caminhos a seguir. Os êxitos no combate à Aids mostram que a forte e clara demanda social e a gestão adequada são indispensáveis ao sucesso de uma política pública de saúde. O caso da Aids no Brasil é curioso. A maior dificuldade hoje é alertar os jovens sobre a sua gravidade. O diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco, afirma que o tom usado em relação à síndrome hoje beira o jocoso. "Mas a doença ainda é um problema. Só ano passado, foram mais de 3 milhões de casos no mundo."
Uma política pública que tem tudo para seguir esse caminho é a de combate ao câncer. O Governo Federal lançou, mês passado, o Programa de Fortalecimento da Rede de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo de Útero e de Mama. "O foco principal é no câncer de mama e do colo do útero mas, na medida em que se estrutura o sistema, há a viabilização do acesso ao tratamento para outros tipos", afirma o diretor-geral do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Luiz Antonio Santini. Para o médico, o momento é ideal, pois o Brasil tem condições de sistemas de informação, de mecanismos de gestão e capacidade tecnológica. "Assumir o combate ao câncer como uma política de Estado é um posicionamento inédito no mundo."
Santini compreende que ainda há grandes deficits na infraestrutura. É preciso tornar o acesso aos tratamentos universal, principalmente por ser o diagnóstico precoce um fator de cura. O câncer caminha em várias direções no que se refere à cura. Apesar de todos os tipos terem a mesma origem, uma multiplicação desordenada de células, cada um precisa de pesquisas diferentes. "Para potencializarmos nossas capacidades de pesquisa, estamos coordenando a Rede Nacional de Pesquisa Clínica em Câncer, que coloca em articulação instituições, públicas e privadas, que desenvolvem pesquisas em relação ao câncer", explica.
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