09 de abril de 2011
Folha de S. Paulo | Fernando de Barros e Silva
SÃO PAULO - Ficamos perplexos e horrorizados diante da tragédia sem precedentes no Rio de Janeiro. E temos, de alguma maneira, necessidade de encontrar uma explicação, ou explicações, para aquilo.
Como que para driblar nossa impotência, buscamos as motivações do assassino: por que fez isso? Como foi capaz de fazer isso? Especulamos ainda sobre o que poderia ter sido feito para evitar o massacre e como prevenir que isso se repita.
Sou radicalmente a favor do desarmamento da sociedade. Penso que o país tomou a decisão errada no plebiscito. Também, é óbvio, nada teria contra escolas mais seguras, embora não seja esse o maior problema da educação brasileira.
Mas, para não alimentar ilusões nem dar curso à demagogia, seria bom reconhecer que a legislação sobre armas não tem relação direta com o que aconteceu. O problema reside antes na facilidade com que se consegue um revólver ilegal.
A necessidade das TVs (e de sites, jornais e revistas) de manter o assunto no ar deu e ainda vai dar ensejo a enormes batatadas. Divulgou-se que o jovem assassino tinha HIV e que sua carta-testamento faria referências à religião muçulmana. Um canal chegou a promover um debate ao vivo sobre o extremismo islâmico. Estava tudo errado.
Num momento em que a vida de famílias foram arruinadas e o país está traumatizado, seria preciso, da nossa parte, ao menos zelo para não reforçar preconceitos. Somos impelidos a falar, mas talvez devêssemos aprender a ficar quietos.
Pelas circunstâncias da tragédia, as especulações se concentram no histórico de vida e nos distúrbios de personalidade do assassino. A mãe biológica tinha problemas mentais, ele foi vítima de bullying, era quietão, antissocial, misógino, fanático religioso -coube de tudo no liquidificador da mídia. Que não se tratava de alguém "normal" agora está óbvio. Mas nenhuma explicação parece satisfatória. Nunca teremos acesso à caixa-preta capaz de decifrar a insanidade deste infeliz.
Como que para driblar nossa impotência, buscamos as motivações do assassino: por que fez isso? Como foi capaz de fazer isso? Especulamos ainda sobre o que poderia ter sido feito para evitar o massacre e como prevenir que isso se repita.
Sou radicalmente a favor do desarmamento da sociedade. Penso que o país tomou a decisão errada no plebiscito. Também, é óbvio, nada teria contra escolas mais seguras, embora não seja esse o maior problema da educação brasileira.
Mas, para não alimentar ilusões nem dar curso à demagogia, seria bom reconhecer que a legislação sobre armas não tem relação direta com o que aconteceu. O problema reside antes na facilidade com que se consegue um revólver ilegal.
A necessidade das TVs (e de sites, jornais e revistas) de manter o assunto no ar deu e ainda vai dar ensejo a enormes batatadas. Divulgou-se que o jovem assassino tinha HIV e que sua carta-testamento faria referências à religião muçulmana. Um canal chegou a promover um debate ao vivo sobre o extremismo islâmico. Estava tudo errado.
Num momento em que a vida de famílias foram arruinadas e o país está traumatizado, seria preciso, da nossa parte, ao menos zelo para não reforçar preconceitos. Somos impelidos a falar, mas talvez devêssemos aprender a ficar quietos.
Pelas circunstâncias da tragédia, as especulações se concentram no histórico de vida e nos distúrbios de personalidade do assassino. A mãe biológica tinha problemas mentais, ele foi vítima de bullying, era quietão, antissocial, misógino, fanático religioso -coube de tudo no liquidificador da mídia. Que não se tratava de alguém "normal" agora está óbvio. Mas nenhuma explicação parece satisfatória. Nunca teremos acesso à caixa-preta capaz de decifrar a insanidade deste infeliz.
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O senhor é a favor ao desarmamento e, ao mesmo tempo, tem consciência de que as armas são facilmente conseguidas no País pelo mundo do tráfico. Então, de que adiantaria a lei do desarmamento? Pelo contrário, as pessoas de bem continuariam sem armas e os bandidos se sentiriam mais incentivados e corajosos para cometer crimes, tendo a certeza que correriam menores riscos com uma população supostamente desarmada. SANTA IGNORÂNCIA a sua, heim?
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