19 de outubro de 2011

Tirou nota boa, ganha um carro


19 de outubro de 2011
Educação no Brasil | Correio Braziliense | Cidade | BR

Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press



Oferecer prêmios de valor ao aluno aprovado em boa colocação no vestibular é prática de alguns colégios. Professores têm posições divergentes

» THAÍS PARANHOS
» KELLY ALMEIDA
Para incentivar a participação dos alunos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que ocorre neste fim de semana, algumas escolas têm oferecido prêmios àqueles que apresentarem bom desempenho na prova. A medida causa controvérsia entre os educadores. Para uns, o agrado servirá como uma recompensa aos estudantes que se dedicaram ao teste, mas, para outros, pode provocar uma competição que não é saudável e desestimular os jovens. Mesmo assim, alguns colégios no Distrito Federal já adotam a prática para o Enem, para o Programa de Avaliação Seriada (PAS) e para o vestibular tradicional.
No Centro Educacional Sigma, na 912 Sul, os 20 primeiros colocados ganharão um tablet cada um. A escola tem o maior número de inscritos e quer motivar ainda mais a participação dos estudantes. "É uma forma de incentivo para que os alunos não façam a prova apenas como participantes, mas como competidores", avalia o professor de matemática José de Sousa França. Para os jovens, a atitude agrada e motiva os estudos. "A UnB não usa a nota do Enem, então, essa premiação ajuda a termos uma competição saudável por uma nota maior", analisa o estudante do 3º ano do ensino médio Paulo Asafe Campos, 17.
Por meio de nota, a direção do Centro Educacional Leonardo da Vinci informou que criou em 2010 o prêmio Estudante 1º Lugar como um incentivo para que os alunos alcancem os objetivos. Quem conquistar o primeiro lugar da lista no PAS, Enem ou vestibular ganha um carro zero quilômetro. Segundo a professora Stella Bortoni, da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), não há problema em a escola oferecer um prêmio para aqueles que se saírem bem nos exames. "Isso pode ser um incentivo a mais para estudar, o aluno pode se sentir estimulado. Não há problemas em haver uma competição saudável", sugere.
O diretor acadêmico do Colégio Galois, Marcelo Lasneaux, é contra recompensas. "Preferimos seduzir o aluno e chamar a atenção para a importância dos exames que eles estão fazendo, seja o Enem, o PAS ou o vestibular."
O Mackenzie segue a mesma linha. "Trabalhamos a conscientização com os alunos por meio de palestras, simulados e tivemos a adesão de 90% do 3º ano", explicou o coordenador de vestibular Bernardo Verano. Camila Jreige, 18 anos, e Ana Luiza Feitosa, 17, farão a prova do Enem. "Esse incentivo é algo a mais do que eu já pretendia fazer", contou Camila.
De acordo com o coordenador pedagógico do ensino regular noturno da Regional de Ensino do Plano Piloto, Cláudio Passos, o incentivo aos alunos é voltado para a conscientização sobre a importância do exame.
"Nosso incentivo vai além do ponto de vista social da educação. A gente quer despertar a importância da educação de fora para dentro, o que motiva o aluno é interno", defendeu. Por meio de nota, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) do Ministério da Educação (MEC) disse que não vai se pronunciar a respeito do assunto.
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