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Notícia Postada em 07/10/2011 - 06:59
Tanto agressores quanto vítimas precisam de ajuda profissional e professores devem encaminhar os casos a um superior
Esta onda de crimes e ódio nos jovens alunos brasileiros nos leva a refletir: quais fatores influenciam este tipo de crime? Para a socióloga coordenadora da área de juventude e políticas públicas da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO), Miriam Abramovay, uma das questões é descobrir o que está acontecendo dentro dessas escolas. “Se o motivo não for diagnosticado não se pode fazer propostas relacionadas a essas questões de violência”, observa. A profissional lembra também que o ocorre dentro da escola tem a ver com as relações sociais.
Ainda segundo Miriam, há violência também em escolas privadas, mas de uma outra forma. “As condições da escola pública não são as mesmas da escola privada no Brasil, no entanto, atitudes violentas e agressivas ocorrem nas duas”, alerta. A pesquisa realizada pela socióloga em 2002, no qual perguntavam para professores e alunos se a violência atrapalhava, se eles tinham vontade de ir para a escola ou sentiam medo dentro do ambiente escolar, mostrou índices altíssimos.
Especialistas dão dicas sobre como superar os traumas
Sofrer um ato de violência sempre é muito difícil de superar. Então, como o problema pode atrapalhar no rendimento escolar? Segundo a psicóloga Luiza Burlamaqui Bastos, há inúmeras pesquisas que apontam que a prevalência de violências nas escolas com suas diferentes manifestações (física, psicológica, verbal, bullying, institucional, sexual, etc.) tem forte influência não só no rendimento escolar como também na auto-estima de alunos e professores.
“O fenômeno da violência nas escolas pode interferir até mesmo na qualidade de ensino, uma vez que o professor também se faz alvo dessa realidade”, observa. Já em relação às causas, a psicóloga explica que para essa análise, de fato, deve ser levado em conta o contexto social, histórico e familiar no qual a criança se insere para avaliação de quais motivos que levaram a mesma a cometer atos de violência contra outrem. “Pesquisas voltadas para o estudo dos efeitos da prática de bullying às vítimas mostram indícios de que a própria vítima também posteriormente pode se tornar o agressor”, conta.
Tanto agressores quanto vítimas precisam de ajuda profissional, mas também de arcar com a responsabilidade de seus atos. “A escola é um local onde não se imaginava que a violência pudesse tomar as proporções que hoje tomou. Palco de agressões, ela mostra o quanto a educação familiar está deixando a desejar e o quanto muitos profissionais estão longe do perfil que educadores deveriam apresentar”, considera Maria Irene Maluf.
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