13 de janeiro de 2012

Pacto pela educação :Marconi Perillo


13 de janeiro de 2012
Educação no Brasil | Folha de S. Paulo | TENDÊNCIAS/DEBATES | BR

Para melhorar a equidade no ensino, os professores mais qualificados devem ficar nas salas onde estão as crianças com mais dificuldades
A educação brasileira tem urgência. E nunca um momento foi tão favorável a mudanças como agora, quando os Estados aprofundam o debate sobre a complexidade de seus sistemas educacionais, reavaliando modelos e práticas.
O Brasil, país imenso e com tantos desafios a vencer, deve se apressar em dar às crianças e jovens inscritos no sistema público de ensino uma resposta à altura da educação que precisam.
Para mudar a perspectiva desses estudantes, dando a todos mais oportunidades de um futuro melhor, Goiás iniciou uma profunda reforma do ensino no estado: o "Pacto pela Educação".
As suas diretrizes foram baseadas em avaliações bimestrais e em experiências que tiveram êxito em países como Coreia do Sul, Cingapura e Chile -e em Estados como Pernambuco, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro. Estamos convictos de que Goiás tem de investir maciçamente no setor.
As mudanças foram discutidas em todas as regiões do Estado. Participaram gestores, professores, alunos e pais. O "Pacto pela Educação" faz de todos, indistintamente, parceiros na busca por resultados.
As medidas visam prioritariamente corrigir as desigualdades detectadas no processo de ensino na rede pública. Melhorar o desempenho dos que estão com dificuldades é mais importante que aumentar a média de aprendizado.
No contexto da reforma, Goiás definiu um programa de suporte às escolas vulneráveis, onde estão os alunos em situações de maior fragilidade. Elas receberão atenção especial, na forma de recursos financeiros, consultorias pedagógicas e de gestão escolar.
O plano prevê bônus para que os professores mais qualificados fiquem nas salas onde estão as crianças com maiores dificuldades.
Esses bônus, a serem concedidos de acordo com o desempenho dos estudantes, serão de duas a três vezes maiores do que o atual (de R$ 2 mil), que é pago por assiduidade.
Damos atenção específica a esses estudantes não só porque esta iniciativa é comum às reformas educacionais que lograram êxito, mas porque um sistema só é completo quando melhora a sua qualidade e a sua equidade.
A redução da desigualdade educacional hoje significa a redução da desigualdade social amanhã.
O pacto busca a elevação da qualidade do ensino em todo o Estado de Goiás. Assim, as ações serão estendidas às 1.095 escolas dos 246 municípios goianos.
Entre elas, a disponibilização de material curricular e a articulação de uma rede de colaboração entre as unidades de ensino, além do reconhecimento e premiação por mérito a alunos, professores e escolas.
Os 29 mil professores, principais agentes das mudanças previstas no "Pacto pela Educação", terão a sua carreira fortalecida e o seu empenho valorizado, com reconhecimento e bonificações. Terão também oportunidades de aperfeiçoamento em diferentes áreas de atuação, seja docência, assessoramento pedagógico ou liderança.
É nessa direção que caminhamos. A educação é uma ferramenta de grande alcance para conquistas individuais e coletivas. Com ela, poderemos redesenhar o futuro de milhões de jovens brasileiros. Com ela, traçamos um novo horizonte para os estudantes do Estado de Goiás.

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