O Povo, Maio 28,2012
"A maioria dos jovens afirma que sua comunidade sofre com os impactos das mudanças climáticas"
"A maioria dos jovens afirma que sua comunidade sofre com os impactos das mudanças climáticas"
Recentemente, a coluna citou pesquisa realizada pela Visão Mundial Brasil sobre mães adolescentes no país. Agora, a organização prepara material a respeito do que os jovens pensam em relação ao desenvolvimento sustentável. Os resultados desse levantamento serão levados à Rio+20. Eles também nortearão ações da ONG junto a jovens no futuro.
A Visão Mundial Brasil é uma organização não governamental humanitária que trabalha em várias frentes: geração de renda e empreendedorismo; promoção da justiça para a infância e juventude; promoção de bons tratos; educação para a vida; saúde materno-infantil; assistência humanitária e de emergência. De todos os seus programas, talvez o mais conhecido em todo o país seja o de apadrinhamento de crianças.
Para levar a voz dos jovens para a Rio+20, de início a equipe da Visão Mundial Brasil pretendia realizar a pesquisa nos moldes tradicionais, com entrevistadores saindo a campo em sete das 22 cidades em que a organização se destaca por sua atuação em protagonismo juvenil. No entanto, a possibilidade de atingir um número maior de jovens em todo o Brasil levou a consulta para a rede social, por meio do facebook.
SEIS TEMAS E 19 QUESTÕES
Assim, jovens começaram a ser ouvidos em entrevistas pessoais a partir de 22 de abril nas cidades de Manacapuru (AM), Fortaleza (CE), Jaboatão dos Guararapes (PE), Salvador (BA), Lontra (MG), Nova Iguaçu (RJ) e Rio de Janeiro (RJ).
Esse levantamento foi encerrado em 7 de maio. Já a partir do dia 10 de maio, e até a terça-feira, 22 de maio, o facebook passou a ser o veículo para as respostas a 19 questões agrupadas sob os temas: segurança alimentar, estrutura, educação, saúde, participação e mudanças climáticas.
Para tanto, a introdução ao questionário convida os jovens a levarem em conta as discussões da Rio+20 nas áreas: social (como reduzir a pobreza e seus impactos); econômica (produzir e consumir de maneira responsável e como os países desenvolvidos irão subsidiar novas tecnologias para os países em desenvolvimento sem nos empobrecer); e ambiental (como exploramos de maneira sustentável a terra, garantindo nossa sobrevivência sem esgotar os bens naturais).
A divulgação da consulta da Visão Mundial Brasil pela rede social se estendeu às listas de jovens engajados com a Rio+20, no facebook da campanha Rio+Você e entre os jovens com os quais a organização já tem contato, por meio do projeto Monitoramento Jovem de Políticas Públicas (MJPOP). Por sinal, esse é um projeto que merece ser conhecido com mais atenção: http://www.mjpop.com.br.
RESULTADOS PRELIMINARES
A Visão Mundial Brasil comunicará os resultados da pesquisa em versões impressa e online. Isso ocorrerá primeiramente durante a Conferência da Juventude para a Rio+20 (Youth Blast), quando jovens das comunidades atendidas pela organização cuidarão da distribuição. Posteriormente, os resultados serão levados a outros públicos: imprensa, governo, empresas e demais organizações.
A maioria dos jovens que responderam a consulta até o momento afirma que sua comunidade, ou seu bairro, sofre com os impactos das mudanças climáticas. Eles entendem também que as injustiças relacionadas ao acesso à alimentação têm relação com a preservação do meio ambiente e que a pobreza, que limita o acesso à alimentação, tem a ver com a falta de oportunidade educacional e de trabalho.
Nas respostas às perguntas relacionadas à participação do jovem, eles reconhecem a importância da participação desse grupo etário e se dizem dispostos a atuar, seja monitorando serviços públicos, seja discutindo sobre os temas da consulta com a sua comunidade e o governo.
Um exemplo disso é que 96% dos jovens concordam que "é importante a participação de crianças, adolescentes e jovens na discussão sobre desenvolvimento sustentável na sociedade". Entretanto, as respostas mostram que nem sempre há espaços para que essa participação se efetive ou, então, que eles não conhecem os espaços em que podem participar.
Lucila Cano lcano@terra.com.br
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