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Cerca de 39 milhões de meninas entre 11 e 15 anos de idade estão fora da escola no mundo. Esse número sobe para 66 milhões na faixa de até 18 anos. A cada grupo de cinco meninas, uma é impedida de cursar o ensino secundário.
Cerca de 39 milhões de meninas entre 11 e 15 anos de idade estão fora da escola no mundo. Esse número sobe para 66 milhões na faixa de até 18 anos. A cada grupo de cinco meninas, uma é impedida de cursar o ensino secundário.
Essas informações constam de relatório da Unesco (2012 Global Monitoring Report) e vêm sendo divulgadas pela ONG Plan International por meio da campanha "Por ser menina".
A Plan é uma organização de origem inglesa que trabalha pela qualidade da vida de crianças há 75 anos. Perto de 1,5 milhão de crianças são auxiliadas por ela mundialmente em mais de 60 países.
No Brasil desde 1997, a Plan atua no Nordeste e atende mais de 75 mil crianças. Recentemente, selou parceria com o Google no valor de US$ 120 mil ao ano. Isso equivale a uma cota mensal de US$ 10 mil em publicidade gratuita para divulgar projetos e buscar doações.
Situação das meninas
A Plan prevê duração de cinco anos para a campanha "Por ser menina", a qual foi anunciada em 11 de outubro passado no Dia Internacional da Menina, instituído pela ONU e comemorado pela primeira vez neste ano.
A campanha tem por meta trabalhar pela boa alimentação, saúde e educação de quatro milhões de meninas em todo o mundo, além de protegê-las contra a pobreza, a desigualdade, a degradação do meio ambiente, a violência e abusos de toda ordem.
Para promover o potencial de meninas de zero a 18 anos de idade e tirá-las da situação de pobreza por meio da educação, serão desenvolvidos programas que estimulem habilidades específicas, garantam os seus direitos e detenham a discriminação baseada em gênero.
A Plan acompanha a situação de meninas no mundo há algum tempo. Segundo Anette Trompeter, diretora nacional da Plan Brasil, "as meninas enfrentam discriminação e barreiras únicas à sobrevivência e desenvolvimento simplesmente por serem meninas, sendo uma das principais causas da pobreza. Porém, o investimento em meninas e adolescentes tem efeito benéfico na redução da pobreza, não só delas, mas de comunidades e países inteiros".
"A pressão da pobreza e a discriminação acabam por levar as meninas a deixar a escola e ajudar em casa, ou porque as suas famílias não estão convencidas sobre o valor da educação; ou porque sofreram alguma violência na escola; ou porque ficaram grávidas ou casaram-se; ou porque a escola fica longe do local de residência e os pais podem pensar que as suas filhas estejam em risco", alerta trecho do relatório que a Plan distribuiu quando do lançamento da campanha.
O relatório "Por ser menina" apela para nove anos de educação de qualidade em todos os eixos para a proteção e promoção dos direitos à educação de meninas. Assim, pretende capacitar as meninas e mulheres jovens a apostar em suas comunidades, de maneira a quebrar o ciclo de pobreza que passa de geração para geração.
Aprender com qualidade
A seguir, alguns trechos do relatório da Plan que bem podem inspirar instituições, governos e educadores a se debruçarem em defesa da educação para as meninas:
"A educação por si só não é a cura de toda a doença da sociedade. Mas a boa educação poderá permitir que as meninas ganhem as competências de que precisam para escolher as suas carreiras; ter uma relação saudável e positiva com seus companheiros, famílias e amigos, e serem capazes de tomar decisões positivas sobre os seus corpos e sua saúde."
"A longo prazo a educação ao nível secundário protege as meninas contra o HIV e AIDS, abuso sexual e tráfico humano. Em suma, a educação secundária em combinação com bens financeiros e habilidades para a vida são essenciais para o empoderamento das adolescentes, seu desenvolvimento e proteção."
"O efeito essencial da educação deve estar concernente ao aumento da justiça social. Sem educação não será possível atingir os objetivos da igualdade. Mas, a educação em si não é suficiente. Tanto na América Latina como no Oriente Médio, o recente aumento no nível de educação das mulheres não corresponde à igualdade no local de trabalho ou em casa."
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