3 de janeiro de 2012

Melhoria na área educacional é estratégica à economia


03 de janeiro de 2012
Educação e Ciências | Brasil Econômico | destaque reforma ministerial | BR

Executivos avaliam que mais educação beneficia todo o ambiente econômico, com mudanças para a sociedade de maneira geral
Mais do que contrapor-se à falta de mão de obra qualificada, o necessário aprimoramento da educação brasileira é visto como o único caminho capaz de responder a uma demanda ainda mais complexa: a de permitir a evolução da sociedade brasileira a um patamar mais elevado de cidadania.
No aspecto econômico, isso se configura, por exemplo, em fornecedores mais capacitados, consumidores mais esclarecidos (e cientes de seus direitos), políticas públicas eficazes e transparentes. É neste contexto que muitos executivos brasileiros se baseiam para propor melhorias ao sistema educacional.
"Há um grupo grande de empresários envolvidos em pensar como fazer a educação anteceder qualquer prioridade nacional", diz Antonio Matias, vice- presidente da Fundação Itaú Social. "Esse grupo percebe que as oportunidades econômicas apontam um caminho bonito para o país, mas não temos hoje capacidade de gerar crescimento mais sustentado em razão das insuficiências que registramos na área da educação".
Matias explica que sua percepção não descarta o reconhecimento das melhorias na área, mas ressalta as fragilidades brasileiras diante "de um mundo que está muito à frente".
Para Rafael Gioielli, gerente de pesquisa e desenvolvimento do Instituto Votorantim, esse cenário traz uma percepção completamente diferente para o investidor privado sobre a educação no momento atual.
"Hoje é perceptível que melhorar a educação é estratégico para os negócios. Não só porque profissionais melhores se transformam em vantagem competitiva, mas também porque uma população mais escolarizada traz benefícios para todo o ambiente econômico", diz.
Para tentar minimizar os problemas enfrentados no sistema educacional nacional, tanto a Fundação Itaú Social quanto o Instituto Votorantim têm atuado na área de gestão, contribuindo - a partir da experiência empresarial - para que os órgãos públicos tenham mais eficiência na transferência e alocação de recursos ou desenvolvam melhores planos de atuação. "A educação é um dever de todos. Se o setor privado não se unir, vai ser difícil prover o que todo o país precisa", afirma Gioielli.
Antonio Matias, que é também um dos fundadores do movimento Todos Pela Educação, aponta que a sensibilidade para todas essas questões começa a crescer inclusive na área pública.
Contudo, ele cita um grande empecilho para essa mobilização da sociedade: "Infelizmente as famílias ainda não manifestam insatisfação com o sistema de ensino", diz.
Isso ocorre, segundo ele, porque em muitos casos os pais têm nível de escolaridade inferior ao dos filhos. "É provável que a próxima geração seja mais exigente". ■ C.B.
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Matemática
11% dos estudantes que terminam o Ensino Médio demonstram aprendizado satisfatório em matemática, segundo dados do movimento Todos pela Educação.
Português
28% dos formados no Ensino Médio têm domínio do conteúdo de Língua Portuguesa, também de acordo com informações do Todos pela Educação.
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Insuficiências registradas na educação freiam capacidade de gerar crescimento sustentado

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