Pequena redução ocorre em ano de campanha paulistana de proteção ao pedestre
CET diz que efeitos do programa municipal ainda são tímidos porque ele começou em maio e só no centroCRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO
No ano em que a prefeitura de São Paulo estreou seu programa de proteção ao pedestre, com multas a motoristas que não param na faixa e campanhas nas ruas e na TV, o número de mortos em atropelamentos teve redução de 2% na comparação com 2010.
Segundo o relatório de acidentes de trânsito fatais, divulgado ontem, houve 617 mortos por atropelamento em 2011. Em 2010, foram 630.
A redução foi menor do que os 6% registrados entre 2009 e 2010, quando não havia multas a motoristas nem propaganda massiva na cidade.
A queda neste ano terá de ser drástica se a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) quiser atingir a meta da campanha -lançada em maio de 2011- de ter 50% a menos de mortes em toda a cidade até dezembro que vem.
Nancy Schneider, superintendente de educação no trânsito da CET, mantém a meta de redução de 50%. Segundo ela, os efeitos do programa nos números de 2011 "são insignificantes", por ele ter começado apenas na região central, em maio, e só ter se expandido para toda a cidade em setembro, quando começou a campanha na TV.
Ela diz que, no centro, os atropelamentos foram reduzidos. Mas os dados divulgados ontem mostram a avenida São João -alvo da campanha desde o início -entre as 50 mais perigosas da cidade.
Na periferia a situação é mais grave. A Jacu-Pêssego, na zona leste, teve apenas um atropelamento em 2010. No ano passado -já ampliada após reforma e ligação com o trecho sul do Rodoanel- a via foi a segunda mais perigosa da cidade, atrás apenas da sempre campeã marginal Tietê, com 13 atropelamentos.
AUMENTO GERAL
Ao todo, houve um pequeno aumento do número total de mortos no trânsito na cidade, algo que não ocorria desde 2007. Foram ao todo 1.365 mortes, número que supera os 1.069 assassinatos ocorridos na cidade -isso já vinha ocorrendo nos últimos anos.
O que explica a alta violência no trânsito são as vítimas em motos, já que houve redução de acidentados em carros e o número de ciclistas mortos manteve-se estável.
Ao todo, houve piora no número de acidentes fatais em 14 das 31 subprefeituras, principalmente nas zonas leste, norte e no extremo sul.
Na região da Sé, que tinha sido a recordista de mortes em 2010, com 96 acidentes fatais -boa parte atropelamentos-, houve redução para 79.
Ela continua sendo a subprefeitura com mais acidentes em 2011, seguida da Capela do Socorro, com 75, e Sapopemba, com 68.
Nenhum comentário:
Postar um comentário