Relatório aponta baixo aprendizado de alunos
do 5º ano em português e do 9º ano em matemática
Estudo foi divulgado nesta quarta-feira pelo Movimento Todos Pela Educação
01 de dezembro de 2010
Estadão.edu, com Agência Brasil
Apenas um em cada três alunos do 5º ano do ensino fundamental sabe português e matemática de acordo com o esperado para a série. Entre os estudantes do 9º ano do fundamental, 26,3% sabem ler e escrever e 14,8% dominam matemática conforme o adequado para a série. As informações constam de relatório do Movimento Todos Pela Educação divulgado nesta quarta-feira, 1º de dezembro.
A entidade criou cinco metas de acesso e qualidade da educação no Brasil e acompanha os resultados periodicamente. Uma das metas estabelece que, até 2022, pelo menos 70% dos alunos deverão aprender o que é essencial para a sua série.
Os patamares estipulados para 2009 foram parcialmente cumpridos. Os resultados em língua portuguesa dos alunos do 5º ano ficaram abaixo do esperado: apenas 34,2% aprenderam o que deveriam, enquanto a meta era chegar a 36,6%. Em matemática, 32,6% dos estudantes atingiram o resultado indicado, superando os 29,1% estipulados.
Para os alunos do 9º ano do ensino fundamental, o cenário é inverso: a meta de português foi atingida, mas a de matemática não. Apenas 14,8% dos estudantes aprenderam o esperado para a série que cursavam – abaixo dos 17,9% estipulados pela entidade. Em língua portuguesa, 26,3% atingiram a pontuação adequada, superando a meta de 24,7%.
No ensino médio, 28,9% obtiveram o resultado esperado em língua portuguesa (a meta era 26,3%) e só 11% alcançaram o aprendizado adequado para a etapa em matemática (a meta era 14,3%).
Centro-Oeste
A diretora executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, classifica como "central" a meta "Todo aluno com aprendizado adequado à sua série". "O ciclo 1 do ensino fundamental - do 1º ao 5º ano - está mais bem resolvido, ainda que distante dos 100%", diz. Priscila destaca o trabalho dos Estados da Região Centro-Oeste "Eles fizeram a lição de casa para o cumprimento das metas do ensino fundamental."
No ciclo 1, o estipulado pelo movimento para 2009 era que 38,8% das crianças do Centro-Oeste soubessem ler e escrever - a Região atingiu 40,2% - e 30,6% dominassem o conteúdo de matemática esperado para o 5º ano - o número constatado foi de 36,2%.
No ciclo 2, o movimento determinou como meta para a Região que 23,6% dos alunos soubessem matemática de acordo com o esperado para o 9º ano. Os Estados atingiram uma média de 27,8%. Em matemática, a meta era de 16%, mas o Centro-Oeste alcançou 15,6%.
Qualidade
Para o sociólogo Simon Schwartzman, pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS), enfrentar o problema da qualidade da educação demanda mais investimentos públicos e o desmonte da "caixa preta que é a educação pré-escolar". Ainda segundo ele, alfabetizar plenamente todas as crianças até os 8 anos de idade é um "problema crucial", assim como a reforma dos currículos escolares.
"Não podemos continuar com um currículo tão aberto, e isso está ligado diretamente à formação dos professores, que são mal pagos e desvalorizados. Aí entra outra questão: como está o ensino nas faculdades de Educação", questiona o ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Relatório
O estudo do Todos Pela Educação também traz análises sobre o acesso da população de 4 a 17 anos à escola, a alfabetização das crianças até os 8 anos de idade, a conclusão do ensino médio até os 19 anos e os investimentos públicos em educação.
No ano passado, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ampliou a obrigatoriedade do ensino no País. Antes, apenas o ensino fundamental era compulsório – dos 6 aos 14 anos. Até 2016, o País terá de incluir todas as pessoas de 4 anos a 17 anos na escola, desde a pré-escola até o ensino médio. O atendimento está próximo de ser universalizado na faixa de 6 a 14 anos de idade (99,7%). Porém, considerando a população de 4 a 17 anos, o acesso cai para 91,9%. A maior cobertura está na Região Sudeste (93,5%) e a menor, na Sul (89,5%).
A entidade criou cinco metas de acesso e qualidade da educação no Brasil e acompanha os resultados periodicamente. Uma das metas estabelece que, até 2022, pelo menos 70% dos alunos deverão aprender o que é essencial para a sua série.
Os patamares estipulados para 2009 foram parcialmente cumpridos. Os resultados em língua portuguesa dos alunos do 5º ano ficaram abaixo do esperado: apenas 34,2% aprenderam o que deveriam, enquanto a meta era chegar a 36,6%. Em matemática, 32,6% dos estudantes atingiram o resultado indicado, superando os 29,1% estipulados.
Para os alunos do 9º ano do ensino fundamental, o cenário é inverso: a meta de português foi atingida, mas a de matemática não. Apenas 14,8% dos estudantes aprenderam o esperado para a série que cursavam – abaixo dos 17,9% estipulados pela entidade. Em língua portuguesa, 26,3% atingiram a pontuação adequada, superando a meta de 24,7%.
No ensino médio, 28,9% obtiveram o resultado esperado em língua portuguesa (a meta era 26,3%) e só 11% alcançaram o aprendizado adequado para a etapa em matemática (a meta era 14,3%).
Centro-Oeste
A diretora executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, classifica como "central" a meta "Todo aluno com aprendizado adequado à sua série". "O ciclo 1 do ensino fundamental - do 1º ao 5º ano - está mais bem resolvido, ainda que distante dos 100%", diz. Priscila destaca o trabalho dos Estados da Região Centro-Oeste "Eles fizeram a lição de casa para o cumprimento das metas do ensino fundamental."
No ciclo 1, o estipulado pelo movimento para 2009 era que 38,8% das crianças do Centro-Oeste soubessem ler e escrever - a Região atingiu 40,2% - e 30,6% dominassem o conteúdo de matemática esperado para o 5º ano - o número constatado foi de 36,2%.
No ciclo 2, o movimento determinou como meta para a Região que 23,6% dos alunos soubessem matemática de acordo com o esperado para o 9º ano. Os Estados atingiram uma média de 27,8%. Em matemática, a meta era de 16%, mas o Centro-Oeste alcançou 15,6%.
Qualidade
Para o sociólogo Simon Schwartzman, pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS), enfrentar o problema da qualidade da educação demanda mais investimentos públicos e o desmonte da "caixa preta que é a educação pré-escolar". Ainda segundo ele, alfabetizar plenamente todas as crianças até os 8 anos de idade é um "problema crucial", assim como a reforma dos currículos escolares.
"Não podemos continuar com um currículo tão aberto, e isso está ligado diretamente à formação dos professores, que são mal pagos e desvalorizados. Aí entra outra questão: como está o ensino nas faculdades de Educação", questiona o ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Relatório
O estudo do Todos Pela Educação também traz análises sobre o acesso da população de 4 a 17 anos à escola, a alfabetização das crianças até os 8 anos de idade, a conclusão do ensino médio até os 19 anos e os investimentos públicos em educação.
No ano passado, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ampliou a obrigatoriedade do ensino no País. Antes, apenas o ensino fundamental era compulsório – dos 6 aos 14 anos. Até 2016, o País terá de incluir todas as pessoas de 4 anos a 17 anos na escola, desde a pré-escola até o ensino médio. O atendimento está próximo de ser universalizado na faixa de 6 a 14 anos de idade (99,7%). Porém, considerando a população de 4 a 17 anos, o acesso cai para 91,9%. A maior cobertura está na Região Sudeste (93,5%) e a menor, na Sul (89,5%).
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