Miriam Abramovay | Correio Braziliense 
Desafio para pais e alunosBrasília, BR - quinta-feira, 09 de dezembro de 2010
| Fotos: Paulo de Araújo/CB/D.A Press A importância do diálogo entre a família, a direção e os professores foi destacada durante o debate |
Especialistas reunidos pelo Correio em mais uma edição do projeto Dois Pontos destacam os principais aspectos a serem avaliados na escolha da escola ideal
» ALINE BRAVIM
É natural que, no fim do ano, os pais enfrentem muitas dúvidas a respeito das decisões tomadas com o objetivo de garantir um melhor desempenho escolar para os filhos no ano letivo seguinte. A escolha da escola é uma decisão que precisa ser tomada com cautela e atenção, já que a instituição é fundamental para a formação intelectual e moral das crianças e dos adolescentes. Na noite de ontem, três especialistas em Educação participaram de mais uma edição do projeto Dois Pontos, iniciativa do Correio Braziliense, buscando estabelecer os principais critérios que devem ser levados em consideração para não errar na hora de definir o futuro escolar dos filhos.
A socióloga Miriam Abramovay, formada pela Universidade de Paris e mestra em educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), enfatizou a importância de analisar o desempenho acadêmico da instituição notas dos alunos, histórico de professores, pesquisas feitas com o colégio.
A escola precisa estar preocupada com o sucesso dos estudantes. Ela é responsável pela construção da capacidade crítica e para isso apresenta crenças e opiniões para o aluno. Também é necessário possuir qualidades ética e cultural , pontuou.
Abramovay também falou sobre a relação entre os professores e a família, que, segundo ela, deve ser aberta. Enquanto os docentes colocarem a culpa nos pais pela má educação das crianças e os responsáveis culparem os professores, é improvável termos uma escola de qualidade. Tem que haver diálogo.
Mestre em educação pela Unicamp e doutor em psicologia pela Universidade de Brasília (UnB), Ricardo Gauche destacou que o trabalho de desenvolvimento humano envolvido no processo pedagógico é fundamental para não errar na escolha.
As pessoas têm mania de rotular os alunos, dizer que um ou outro tem deficit de atenção, quando, na verdade, deveriam fazer uma adaptação às áreas em que as crianças e jovens têm mais habilidades , explicou.
Já a professora do curso de licenciatura em pedagogia da UnB, Maria Aparecida C. Martins ressaltou, durante sua participação no evento, a importância que deve ser dada à opinião das crianças durante o processo de mudança do meio escolar. Os pequenos são seres completos, sujeitos de direito como todos nós.
Interação
Pais e educadores lotaram o auditório do Correio e debateram temas como o melhor momento para a troca de colégio. Luciana Guterres, servidora pública, estava em dúvida sobre o processo de transferência da filha Mariana, 3 anos.
Ela gosta muito da escolinha onde está, mas eu quero transferi-la. Precisava saber se devo fazer isso agora ou mais para frente. Resolvi o problema com as dicas , afirmou.
Os professores que estavam presentes à palestra também manifestaram suas opiniões. Segundo eles, o trabalho de educar deve ser feito em conjunto, envolvendo sempre as instituições e os familiares. Eu vim para conhecer o ponto de vista dos especialistas. Ao ouvi-los, podemos conhecer as discussões que estão em pauta na nossa área. Além disso, o professor consciente da sua função tem que contribuir para essa decisão. O colégio precisa ser um lugar de inclusão e melhoria para todos , destacou a professora de português Ivanildes Alves.
Eu acho...
É preocupante quando temos esse desafio de escolha pela frente.
Devemos saber o que a escola oferece, o que é importante analisar, e apesar de o meu filho estar no último ano no ensino médio, não pude deixar de vir. O assunto é muito bom
Maria Lívia da Silva, servidora pública
O tema me chamou atenção.
As intervenções dos especialistas foram ricas em conhecimento, principalmente quando se falou da importância da educação infantil
Gabriela Santana, estudante de pedagogia
__________________
"Enquanto os docentes colocarem a culpa nos pais pela má educação das crianças e os responsáveis culparem os professores, é improvável termos uma escola de qualidade. Tem que haver diálogo
Miriam Abramovay, socióloga
» ALINE BRAVIM
É natural que, no fim do ano, os pais enfrentem muitas dúvidas a respeito das decisões tomadas com o objetivo de garantir um melhor desempenho escolar para os filhos no ano letivo seguinte. A escolha da escola é uma decisão que precisa ser tomada com cautela e atenção, já que a instituição é fundamental para a formação intelectual e moral das crianças e dos adolescentes. Na noite de ontem, três especialistas em Educação participaram de mais uma edição do projeto Dois Pontos, iniciativa do Correio Braziliense, buscando estabelecer os principais critérios que devem ser levados em consideração para não errar na hora de definir o futuro escolar dos filhos.
A socióloga Miriam Abramovay, formada pela Universidade de Paris e mestra em educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), enfatizou a importância de analisar o desempenho acadêmico da instituição notas dos alunos, histórico de professores, pesquisas feitas com o colégio.
A escola precisa estar preocupada com o sucesso dos estudantes. Ela é responsável pela construção da capacidade crítica e para isso apresenta crenças e opiniões para o aluno. Também é necessário possuir qualidades ética e cultural , pontuou.
Abramovay também falou sobre a relação entre os professores e a família, que, segundo ela, deve ser aberta. Enquanto os docentes colocarem a culpa nos pais pela má educação das crianças e os responsáveis culparem os professores, é improvável termos uma escola de qualidade. Tem que haver diálogo.
Mestre em educação pela Unicamp e doutor em psicologia pela Universidade de Brasília (UnB), Ricardo Gauche destacou que o trabalho de desenvolvimento humano envolvido no processo pedagógico é fundamental para não errar na escolha.
As pessoas têm mania de rotular os alunos, dizer que um ou outro tem deficit de atenção, quando, na verdade, deveriam fazer uma adaptação às áreas em que as crianças e jovens têm mais habilidades , explicou.
Já a professora do curso de licenciatura em pedagogia da UnB, Maria Aparecida C. Martins ressaltou, durante sua participação no evento, a importância que deve ser dada à opinião das crianças durante o processo de mudança do meio escolar. Os pequenos são seres completos, sujeitos de direito como todos nós.
Interação
Pais e educadores lotaram o auditório do Correio e debateram temas como o melhor momento para a troca de colégio. Luciana Guterres, servidora pública, estava em dúvida sobre o processo de transferência da filha Mariana, 3 anos.
Ela gosta muito da escolinha onde está, mas eu quero transferi-la. Precisava saber se devo fazer isso agora ou mais para frente. Resolvi o problema com as dicas , afirmou.
Os professores que estavam presentes à palestra também manifestaram suas opiniões. Segundo eles, o trabalho de educar deve ser feito em conjunto, envolvendo sempre as instituições e os familiares. Eu vim para conhecer o ponto de vista dos especialistas. Ao ouvi-los, podemos conhecer as discussões que estão em pauta na nossa área. Além disso, o professor consciente da sua função tem que contribuir para essa decisão. O colégio precisa ser um lugar de inclusão e melhoria para todos , destacou a professora de português Ivanildes Alves.
Eu acho...
É preocupante quando temos esse desafio de escolha pela frente.
Devemos saber o que a escola oferece, o que é importante analisar, e apesar de o meu filho estar no último ano no ensino médio, não pude deixar de vir. O assunto é muito bom
Maria Lívia da Silva, servidora pública
O tema me chamou atenção.
As intervenções dos especialistas foram ricas em conhecimento, principalmente quando se falou da importância da educação infantil
Gabriela Santana, estudante de pedagogia
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"Enquanto os docentes colocarem a culpa nos pais pela má educação das crianças e os responsáveis culparem os professores, é improvável termos uma escola de qualidade. Tem que haver diálogo
Miriam Abramovay, socióloga
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Miriam Abramovay
Capturada 09 de dezembro de 2010 às 02h12
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