27 de dezembro de 2013

Ensino médio ainda tem desafios a vencer na cidade


  • Rio Como Vamos alerta para necessidade de reduzir reprovação, evasão escolar e distorção idade/série

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RIO - Apesar de a qualidade do ensino médio na rede pública ter melhorado no município nos últimos dois anos, indicadores do Rio Como Vamos (RCV) mostram que ainda há desafios grandes pela frente, especialmente em relação a temas como reprovação, abandono escolar e distorção idade/série. Na pesquisa de percepção feita pelo RCV, que ouviu 1,5 mil cariocas em junho último, apenas 34% deram notas altas (acima de 7) para a qualidade da educação recebida, contra 60% em 2011. Entre os que atribuíram notas baixas (de 1 a 5), os motivos da insatisfação são o déficit de professores (57%) e a falta de cursos profissionalizantes para atender aos jovens (39%). Na rede pública, 95% dos alunos de ensino médio estudam em escolas estaduais. Os demais estão matriculados em colégios federais.
Quanto à reprovação, de 2008 a 2010 não houve uma variação significativa: caiu de 50.896 para 49.122 estudantes. O RCV alerta que somente em 2011 e 2012 os indicadores mostram uma queda mais acentuada, com 45.776 e 35.126 jovens reprovados, respectivamente.

A distorção idade/série (alunos com dois anos ou mais além da idade ideal) é o que mais preocupa o RCV. Mesmo que os números da série histórica indiquem uma diminuição acentuada dessa distorção (de 136.581 para 78.328 alunos, de 2008 a 2012), o quantitativo de jovens nessa situação ainda é alto, principalmente em algumas áreas da cidade. Nesse período, no Complexo do Alemão estabilizou-se em cerca de 82% dos estudantes. Na Pavuna e em Jacarepaguá, houve uma redução significativa em 2012, mas os índices continuavam altos (61% e 53% dos alunos, respectivamente, estavam fora da idade ideal).
No caso do abandono, a queda no número de alunos que deixou a escola de 2008 a 2010 é discreta: de 40.177 para 34.321. Em 2011, foi registrada uma redução mais significativa: 25.108 jovens. No ano passado, chegou a 19.146 estudantes. Na comparação entre 2008 e 2012, a queda é de 52%, o que, segundo o RCV, representa uma boa notícia para a educação.
O RCV chama atenção, ainda, para as regiões da Cidade de Deus, do Complexo do Alemão e da Zona Portuária, que apresentavam índice de distorção idade/série superior a 70% no ano passado. Além disso, das 33 regiões administrativas do município, 11 apresentavam índice superior a 50% em 2012.
Outra análise que merece atenção é a quantidade de jovens desocupados, que não estudam, não trabalham e não procuram emprego. Segundo dados da publicação “Cadernos do Rio Juventude/IPP”, de junho passado, 15% dos jovens de 15 a 24 anos da cidade estão desocupados. Nas favelas, o índice chega a 19%, e nos bairros formais, a 14%. Em 10 anos (2000-2010), o percentual de jovens nessas condições aumentou de 12,4% para 16,2%.
Jovens chefes de família
Por sua vez, o crescimento do número de adolescentes, com 19 anos ou menos, responsáveis por domicílio também é preocupante. Em 2000, eles eram 9.230, e, em 2010, passaram a ser 24.461. Muitos desses jovens deixam de estudar para trabalhar e sustentar suas famílias.
A oferta de ensino profissionalizante é precária. Dados da série histórica de 2008 a 2011, do RCV, mostram declínio no número de alunos de 15 a 17 anos matriculados: de 19.380, em 2008, para 14.516, em 2011. Depois de quatro anos em queda, o total de matrículas cresceu no ano passado, alcançando 17.036 jovens.
Segundo a Secretaria estadual de Educação, atualmente existem 391 escolas de ensino médio no município do Rio, 15 delas inauguradas a partir de 2007. Em fevereiro de 2014, serão inauguradas mais nove. Além disso, de 2007 a 2013 foram investidos R$ 300 milhões em reforma, melhoria e construção de escolas na capital. Para 2014, estão previstos investimentos de R$ 120 milhões. Para o Subsecretário de Gestão de Ensino da Secretaria estadual de Educação, Antônio Vieira Paiva Neto, o maior desafio do ensino médio é a distorção idade/série:
— O atraso cria gargalos: falta de infraestrutura física para atender esses alunos; a questão financeiro, já que o Estado gasta mais para mantê-los na rede; e a social, porque eles terão dificuldades para progredir na vida.


 http://oglobo.globo.com/rio/ensino-medio-ainda-tem-desafios-vencer-na-cidade-11161106#ixzz2oftS2Mkn 

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