9 de junho de 2014

Pesquisa inédita revela o perfil do Ensino à Distância no país


Dos brasileiros com mais de 16 anos, 79% creem no EaD, mas só 6% já apostaram nele

Uma pesquisa inédita encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Ibope mostra a realidade do Ensino à Distância (EaD) no Brasil. Hoje, 79% dos brasileiros com mais de 16 anos acreditam que este formato é uma solução para levar educação a mais pessoas. No entanto, apenas 6% dos entrevistados disseram já ter feito um curso nessa modalidade. Os dados dão uma noção diferente do aumento de matrículas em graduações à distância: de 5 mil em 2001, o número saltou para mais de 1 milhão em 2011, baseados no Censo da Educação Superior, do Ministério da Educação.

O levantamento traz dados emblemáticos, como o que revela que pessoas com ensino superior completo são as que mais fizeram cursos a distância (17%), contra 6% entre as com nível médio e 2% com o fundamental. A percepção da eficácia do EaD cresce de acordo com o grau de escolaridade. No grupo dos entrevistados que têm até a 4ª série, 30% consideram que a modalidade funciona na prática. Já entre os formados no ensino superior, 52% dizem o mesmo.

A especialista em educação Paula Martini, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), diz que a pesquisa aponta caminhos para que os 6% que já fizeram cursos à distância se aproximem mais dos 79% que acreditam na metodologia.

- A oportunidade de frequentar cursos EaD é a solução para que as pessoas percam o medo e o receio sobre a eficácia de cursos não presenciais. Temos que abrir oportunidades para consertar esse gargalo - acredita.

O Senai oferece 181 cursos à distância: seis técnicos, 28 de qualificação, 12 de iniciação profissional e 135 de aperfeiçoamentos e pós-graduação.

Ana Paula Miranda alcançou bons resultados profissionais graças a um curso de EaD. Ela foi promovida depois de fazer um curso técnico em secretaria escolar pelo Senac. Na época, ela era auxiliar de secretária escolar no Colégio e Curso pH e trabalhava das 9h às 19h. Escolheu a modalidade pela falta de tempo para cursos presenciais.

- O horário não me permitia estudar em faculdades próximas, mas eu tinha preconceito com ensino à distância - conta. - Tive medo de não ter qualidade, pela falta de contato pessoal e de eu não conseguir tirar dúvidas. Hoje, faria tranquilamente outro curso - diz.

Diretor de ensino do Sistema pH, Rui Alves acredita que a EaD é uma saída para o Brasil melhorar a educação.

- Com as dimensões geográficas do país, é uma ferramenta importante - acredita. - Se o profissional mostra qualidade, independente de ser à distância, ele vai subir na carreira - diz Alves.

(Lauro Neto O Globo)

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