10 de abril de 2011

Crime no escuro: Mapa da Violencia no Brasil

10 de abril de 2011
  Gazeta do Povo 
 


Nas estatísticas da segurança pública, não se sabe quantos homicídios são resolvidos, segundo o diretor de Pesquisa do Instituto Sangari, Júlio Jacobo. Não se sabe quantos foram atestados ao Ministério Público, quantos foram julgados e quantos foram condenados. A impunidade persiste, já que o primeiro passo da cura é o conhecimento do problema. Se não se conhece, nunca haverá cura. Outra dificuldade é a disparidade entre estados na divulgação de números. O Paraná há seis meses não divulga dados sobre a violência e o balanço de 2010 não foi encerrado. Em Londres é possível saber em quais áreas ocorre mais delitos. Algumas autoridades já declararam que isso causaria pânico social e depreciação de imóveis, o que é uma inverdade , diz o professor de Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e membro do conselho diretivo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, José Vicente Tavares dos Santos. Além das distorções que pode haver na contabilização dos crimes, cidadãos descrentes com a polícia acabam não notificando um furto ou agressão, o que também gera furo nas estatísticas, observa o pesquisador do Observatório de Segurança Pública da Universidade Estadual Paulista Rodolfo Arruda. Isso parte da percepção de que a polícia não oferece o atendimento adequado e que não vai adiantar denunciar. É necessária uma sistematização das estatísticas, não mostrando apenas números, mas também o contexto.

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