Jornal do Commercio RJ As cenas de consternação e solidariedade que marcaram, nesta sexta-feira, o sepultamento de estudantes da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, vítimas, na véspera, de uma chacina praticada por ex-aluno do estabelecimento que o invadiu fortemente armado, matando adolescentes que um trágico destino colocou em seu caminho - em crime sem antecedentes no País e cuja repercussão nacional e internacional reflete o impacto que causou - mostraram o quanto a cidade foi abalada, perplexa diante do brutal acontecimento, o qual deixou um rastro de tristeza afetando as diferentes camadas da população. Nesse sentido, o luto oficial de sete dias decretado no Estado e no Município exprimiu, como não poderia deixar de ocorrer, o sentimento de toda a sociedade em hora de tamanha adversidade e que surpreendeu o Rio justamente em uma fase em que passos significativos foram dados em relação ao combate à violência e à pacificação de áreas antes dominadas pelo tráfico. O governador Sérgio Cabral assegurou todo o apoio à assistência a ser dada aos meninos e meninas que sobreviveram, tanto os feridos quanto os não feridos, já que neste turno da manhã havia 400 crianças e adolescentes matriculados na referida unidade escolar. Por sua vez o prefeito Eduardo Paes declarou: "Nossa preocupação a partir de agora é com esse lugar tão especial que é a escola e para isso vamos trabalhar para voltar à normalidade o mais rápido possível. Toda a equipe de assistência social já está em contato com as famílias dessas crianças". De sua parte, o sargento Márcio Alexandre Alves, cuja atuação foi decisiva para interromper a sanha homicida do atirador, alvejandoo antes do suicídio que se seguiu, afirmou: "Só lamento não ter chegado uns cinco minutos antes à escola. Poderia ter evitado tantas mortes de crianças. Não me sinto herói. Fiz o que aprendi: proteger a sociedade. A sorte das crianças que sobreviveram foi estarmos próximo dali, participando de uma blitz. Não fôssemos rápidos e aquele atirador teria matado muito mais jovens". O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que em fevereiro, no lançamento do relatório denominado "Mapa da Violência", apontara o desarmamento da população como uma das prioridades de seu ministério, disse agora, após esse massacre dos estudantes, em Realengo: "Acho que temos uma cruzada pela frente.O Ministério da Justiça lançará uma campanha pelo desarmamento. Temos de lutar muito fortemente para que pessoas, muitas vezes fora de suas faculdades mentais, cometam esse tipo de atrocidade". Na mensagem que igualmente, e a propósito, divulgou, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), repudiou o ataque à escola do Rio e se solidarizou com as famílias das vítimas, destacando ainda que "a escola deve ser um lugar para construir uma cultura de paz". Na perspectiva do compromisso inafastável que aí e a esse respeito se delineia, cumpre mobilizar todos os recursos materiais e humanos para neutralizar e reverter a espiral de violência onde quer que se manifeste, aprimorando o ambiente escolar, adotando as medidas cautelares que as circunstâncias exigem mas sobretudo, em meio à dor que se abateu sobre a família brasileira diante dessa tratégia, abrindo veredas para o futuro melhor e mais fraterno que só a partir da escola pode ser instaurado |
11 de abril de 2011
Cultura de paz
Postado por
jorge werthein
às
07:29
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