21 de setembro de 2012

Universidade ainda é sonho distante: só 7% chegaram ao ensino superior

 
Parcela da classe média com acesso a planos de saúde é maior: 24%.
A nova classe média ainda passa longe da universidade. Só 7% chegaram ao ensino superior, o que não significa sequer que tenham conseguido o diploma, diz o estudo da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). A média brasileira é de 12%, mas, na classe alta, sobe para 40%. O levantamento informa que 14% dos jovens da classe média frequentam escolas particulares, percentual menor do que o da população de classe média com plano de saúde (24%). O percentual é de 3% para a classe baixa e chega a 58% para a alta.

Utilizando dados de uma pesquisa do Ibope feita para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 2010, o estudo "Vozes da Classe Média" mostra que a maioria da população brasileira, em todas as classes, identifica a má qualidade do ensino como fator prejudicial ao desenvolvimento no país.

Na classe média, porém, essa percepção é ligeiramente maior do que na classe baixa (62% contra 59%), mas bem menor do que a da classe alta (72%). Embora dê importância à educação, a classe média se assemelha à classe baixa na percepção de que mais anos de estudo resultarão em maior renda. De novo, a maioria da população enxerga esse vínculo, mas, nas classes baixa e média, essa é opinião de 58% dos entrevistados, ante 63% da classe alta.

Moradora do Recanto das Emas, região administrativa a 30 quilômetros de Brasília, a estudante Helen Costa dos Santos, de 24 anos, quer ser a primeira pessoa de sua família a conquistar um diploma universitário. Ela é bolsista integral do ProUni e está no 8º semestre do curso de Letras da Universidade Católica de Brasília, onde também trabalha como auxiliar administrativa.

Filha de um auxiliar de serviços gerais já falecido, Helen mora com a mãe, que é pensionista, e o irmão. Ela elogia o ProUni e diz que o acesso ao ensino superior melhorou no País. "Antes era bem mais difícil. Universidade era coisa para rico. Hoje não, tudo está mais fácil". A estudante tem planos de seguir a carreira acadêmica. "Quero avançar: fazer mestrado e doutorado".

Outra bolsista do ProUni na Católica, a estudante de enfermagem Cíntia Ferreira, de 19 anos, mora na Estrutural, uma vila criada sobre um antigo lixão, nos arredores de Brasília. Cíntia conta que os pais só concluíram o ensino fundamental.
(O Globo)

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