Dez escolas estaduais de Goiás foram transformadas em colégios militares para o ano letivo de 2014. Com as novas escolas, o Estado terá ao todo 19 escolas administradas por coronéis da reserva da Polícia Militar. A SSP (Secretaria de Segurança Pública) afirma que a medida foi tomada para diminuir a violência escolar.
Segundo a nova doutrina, os estudantes terão que jurar a bandeira, usar obrigatoriamente o uniforme escolar e respeitar uma rígida hierarquia.
A mudança ocorre a partir de uma parceria entre a SSP, responsável pela administração dos colégios, e a Secretaria de Educação, que vai coordenar a parte pedagógica.
“Não existe nada que comprove que isso vai melhorar a situação da escola”, afirma Miriam Abramovay, coordenadora da área de Juventude e Políticas Públicas da FLACSO (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais). Ainda sobre a medida, Abramovay diz que faltam políticas de convivência escolar, formação de professores e a abertura da escola para os pais. “Eu acho que esse é um péssimo exemplo, é o decreto da falência na educação, que não deu certo.”
A SSP afirma ainda que a mudança de comando das escolas é um pedido da população, que deseja mais colégios militares porque eles teriam bons resultados de aprovação em vestibulares.
Entre as dez escolas de Goiás mais bem colocadas no Enem 2012 (Exame Nacional do Ensino Médio), porém, não há nenhuma das militares já existentes. A mais bem colocada é a unidade Vasco dos Reis, que ocupa a 3.289ª posição entre as escolas de todo o país.
Nos colégios militares do Estado, 50% das vagas costumam ser destinadas a filhos de militares e o restante é distribuído entre os interessados por meio de sorteio. Segundo a SSP, os alunos que já estudam nos colégios que serão assumidos pela PM terão a vaga garantida e não vão precisar participar do sorteio.
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