Brasília -
Embora um levantamento divulgado hoje (28/2) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indique que mais da metade da população brasileira considera que a educação pública se manteve igual ou piorou nos últimos anos, o mesmo estudo revela que entre os grupos menos favorecidos, como os de menor renda e escolaridade, a percepção é de que houve sim melhoras significativas quanto à qualidade de ensino nos últimos anos. Enquanto entre os que ganham até dois salários mínimos 49,5% dos entrevistados responderam que as condições hoje são melhores e apenas 19,3% acreditam que houve uma deterioração do ensino, entre os que ganham acima de 20 salários mínimos o percentual de quem aponta uma piora sobe para 29,3% e os que dizem que houve uma melhora baixa para 46,7%, um índice ainda superior aos 43,4% observados entre os que recebem entre dez e 20 vezes o piso.
Segundo o coordenador de Educação do Ipea, Paulo Corbucci, a percepção da melhora é maior não apenas entre os que ganham menos e os negros, mas também entre quem vivem nas três regiões onde, historicamente, se concentram os piores indicadores educacionais do país: Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
"Nos últimos anos, os grupos menos favorecidos, como, por exemplo, os de renda mais baixa, tiveram uma melhora no acesso à educação, com melhores condições de ensino. Isso, obviamente, se reflete na percepção que essas pessoas têm em relação à qualidade", afirmou Corbucci, citando a ampliação do acesso à educação básica e à superior, além da implementação de ações afirmativas, como a do sistema de cotas para o ingresso de negros na faculdade.
Embora a maioria dos entrevistados de todas as cinco regiões considerem que o nível de ensino melhorou nos últimos anos, no caso das regiões Sul e Sudeste a quantidade de pessoas que dizem ter havido uma melhora (respectivamente, 42,9% e 40%) é menor do que as que consideraram que a educação continua igual ou piorou. Nas outras três regiões, o percentual dos que consideram que o ensino melhorou ultrapassou os 54%, com destaque para a Região Centro-Oeste (62,9%).
A percepção da população é reforçada, em parte, em números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), sistema de avaliação que já havia apontado para a evolução positiva nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Fruto, possivelmente, da ampliação de investimentos.
"Nas regiões Sul e Sudeste, onde os níveis de Educação já eram mais elevados, a possibilidade de melhora é menor. Já nas regiões onde essas condições eram mais precárias, a [percepção] da melhora é maior", afirma Corbucci, não descartando a possibilidade de, conforme aponta o estudo, "estar havendo uma estagnação ou diminuição do ritmo de avanço da qualidade da educação em regiões onde os índices, apesar de melhores, ainda são inferiores aos patamares internacionais".
Já quando considerado o quesito cor ou raça dos entrevistados, as avaliações de entrevistados negros e pardos são mais positivas (50,9% de melhorou e 22,2% de piorou) que as dos brancos (46,4% e 26,6%, respectivamente). A percepção sobre a qualidade da educação também varia de acordo com a escolaridade dos entrevistados. Para 35,4% dos que têm nível superior completo ou pós-graduação, a educação piorou. Já entre aqueles que estudaram só até os últimos anos do ensino fundamental (5ª a 8ª séries ou 6º a 9º anos), apenas 21,4% têm a mesma opinião.
Correio Brasiliense
Segundo o coordenador de Educação do Ipea, Paulo Corbucci, a percepção da melhora é maior não apenas entre os que ganham menos e os negros, mas também entre quem vivem nas três regiões onde, historicamente, se concentram os piores indicadores educacionais do país: Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
"Nos últimos anos, os grupos menos favorecidos, como, por exemplo, os de renda mais baixa, tiveram uma melhora no acesso à educação, com melhores condições de ensino. Isso, obviamente, se reflete na percepção que essas pessoas têm em relação à qualidade", afirmou Corbucci, citando a ampliação do acesso à educação básica e à superior, além da implementação de ações afirmativas, como a do sistema de cotas para o ingresso de negros na faculdade.
Embora a maioria dos entrevistados de todas as cinco regiões considerem que o nível de ensino melhorou nos últimos anos, no caso das regiões Sul e Sudeste a quantidade de pessoas que dizem ter havido uma melhora (respectivamente, 42,9% e 40%) é menor do que as que consideraram que a educação continua igual ou piorou. Nas outras três regiões, o percentual dos que consideram que o ensino melhorou ultrapassou os 54%, com destaque para a Região Centro-Oeste (62,9%).
A percepção da população é reforçada, em parte, em números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), sistema de avaliação que já havia apontado para a evolução positiva nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Fruto, possivelmente, da ampliação de investimentos.
"Nas regiões Sul e Sudeste, onde os níveis de Educação já eram mais elevados, a possibilidade de melhora é menor. Já nas regiões onde essas condições eram mais precárias, a [percepção] da melhora é maior", afirma Corbucci, não descartando a possibilidade de, conforme aponta o estudo, "estar havendo uma estagnação ou diminuição do ritmo de avanço da qualidade da educação em regiões onde os índices, apesar de melhores, ainda são inferiores aos patamares internacionais".
Já quando considerado o quesito cor ou raça dos entrevistados, as avaliações de entrevistados negros e pardos são mais positivas (50,9% de melhorou e 22,2% de piorou) que as dos brancos (46,4% e 26,6%, respectivamente). A percepção sobre a qualidade da educação também varia de acordo com a escolaridade dos entrevistados. Para 35,4% dos que têm nível superior completo ou pós-graduação, a educação piorou. Já entre aqueles que estudaram só até os últimos anos do ensino fundamental (5ª a 8ª séries ou 6º a 9º anos), apenas 21,4% têm a mesma opinião.
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